Pintor, pedreiro, eletricista...

Um bom profissional, além de saber a sua tarefa, precisa ter alguns predicados à mais, já que é importante você poder ajudar um cliente, trazendo-lhe conforte e satisfação.

Tenho presenciado clientes com  por não acertar na escolha de um bom profissional.  Na maioria das vezes o cliente é o próprio culpado por optar pelo mais barato e aí o ditado popular é implacável : "o barato sai caro".

Resolvi registar esse caso bem do tipo acima.
O pedreiro fez o que não devia e olha como ele deixou a fiação da torneira elétrica (na lavanderia).

Detalhe dos fios ao lado esquerdo, pois não tinha condutor de fios para que eles ficassem embutidos, que é o que se espera....

Suspeitei, ao usar a guia de passar fio, que havia um conduite próximo.  Assim propus à cliente que quebrássemos com cuidado aquele azulejo.

Lá estava ele...

tinha fio derretido, sinal de curto, dentro de uma caixa escondida....

Resolvido o problema do fio, foi só fechar o buraco.

Por isso é importante um bom profissional.

Pedreiro é um perigo, principalmente quando vc tem pressa e pega o primeiro que aparece.  Normalmente um bom profissional está trabalhando e vais precisar de um tempo para começar sua obra.

Reboco e economia

Os tempos mudam os costumes, surgem novos materiais e precisamos nos adaptar a isso.
Assim tem sido com o calfino normalmente aplicado sobre o reboco e depois do qual seria aplicada a massa corrida.
O que aconteceu ?
Os construtores perceberam que podiam eliminar uma etapa, ou seja, aplicando massa corrida sobre o reboco.
Mas como no Brasil temos uma cultura de construção (alvenaria), enfrentamos problemas atualmente, já que o barro para o tijolo é escasso, a lenha para queimá-los nos fornos também, a areia sofre restrições ambientais, e por aí vai....

Voltando ao reboco, vemos que raramente ele é feito com areia peneirada e alisado com desempenadeira de feltro, o que resultaria numa superfície lisa onde uma fina camada de massa seria suficiente para alisá-la.
Então, aqui teríamos uma economia da aplicação do calfino e de uma redução de trabalho do pintor, isso porque lá atrás alguém cuidou do material do reboco e do trabalho do pedreiro.

A maioria não é assim.  Deixa-se ao acaso e lá na frente quer uma redução do custo sem ter feito o "trabalho de casa"...Aí é só justificativas para tentar "tapar o sol com a peneira"...

As fotos abaixo são de uma obra na qual fui contratado para lixar toda a parte interna.  Isso teve um custo e certamente ele vai ter mais outro para preparar para a pintura.

Vamos às fotos.

Isso é um acabamento ??? 

Uma areia dessas será só culpa do pedreiro ? Certamente o comprador comprou a areia de custo mais baixo que havia no fornecedor....

A hora que a porta começar a ser usada, certamente vão aparecer trincas.

À esquerda houve a lixação....

Aqui também, à esquerda houve lixação.

Resumindo:  não adianta improvisar.  Planeje, ouça vários profissionais, troque idéias .  Errar todos estão sujeitos, mas fazê-lo por ignorância...

Valor pago

Custo de uma obra:

O Brasil ainda tem uma cultura escravagista !
Assustou-se ? 
Pois é assim que acontece.

O cliente tem um imóvel que vale muito, tem objetos em casa que tem muito valor agregado, e quer colocar dentro de sua casa um "pintor" que vai lhe custar muito pouco. O resultado é quase que previsível.

Se vc pagar pouco, não reclame se ele for embora no meio da tarefa ou se terminar e deixar tudo sujo para vc limpar... etc...

Muito reclama-se do prestador de serviço, que a pessoa é "porca", não é fiel ao combinado, que abandona a obra e desaparece, faz uma porcaria de serviço, estraga material,etc....

Na hora de combinar o preço é uma choradeira ou no meio do caminho arruma-se um monte de coisinhas para o profissional quebrar o galho, assim reduzindo o custo da obra, já que não precisará contratar outro para fazer "aquilo".  Ex.: vc poderia trocar essa tomada para mim, vc poderia colocar um lustre, ah essa torneira está vazando... preciso desmontar esse armário...

Não é só na mão-de-obra (material também), mas vamos nos ater aqui a esse aspecto.

Quando o cliente tem percepção da realidade ao seu redor, procura remunerar dentro das suas condições e sempre procura bons materiais.
Isso resultará em algo que o satisfará, assim como aqueles que desempenharam no serviço.

Clientes que são extremamente exigentes e que remuneram bem, são aceitáveis. Mas quando querem economizar no valor a ser pago e exigem uma obra-prima, aí o profissional é que não desejará voltar a fazer algo para essa pessoa.

Já passei por várias situações em que me senti tratado como um escravo. 

A maioria dos profissionais não consegue separar o compromisso com as emoções (sentimentos) e acaba por reagir à forma como é tratado, resultando em situações constrangedoras.

Portanto, pense na importância de um bom relacionamento. 
Não precisa de sorrisos falsos, mas um tratamento humano e profissional. 
Não é preciso favores, mas sim uma troca justa.

Espero que tenha ajudado.